O carro de Thespis, cheio de máscaras, é uma convenção lendária confirmada pela existência de mármores atenienses onde se lê seu nome. E há notícia de que nas suas primeiras apresentações dos concursos dramáticos, onde compunha e cantava ditirambos, ele disfarçou seu rosto com um pó, provavelmente um talco proveniente de chumbo ou gesso, depois pendurou flores nos cabelos e mais tarde passou a usar máscaras de linho que ele criava.
Choirilos, o ator, foi quem agregou algo às máscaras que impressionou o público – não sabemos o que – e Phrinicus criou as máscaras femininas. Após essas alterações, o poeta trágico Ésquilo, usou as primeiras máscaras coloridas e outras aterrorizantes.
A majestade do edifício teatral grego, as obras monumentais que nos restaram dos poetas trágicos, o sofrimento expresso na “máscara de Agamemnom” do Museu do Pirreu, a ferocidade das máscaras da Comédia, as ilustrações gloriosas do Teatro nos vasos durante alguns séculos, são o retrato que ficou de tudo isso que chamamos Teatro Grego.
O que não sabemos é um território imenso: não sabemos dos textos de mais de 150 poetas trágicos; não sabemos detalhes da arte do Ator, da coreografia, da chironomia, da música; gostaríamos de saber muito mais do Coro; nada sabemos da pintura e gostaríamos de saber muito mais da qualidade plástica da Cenografia.
Entretanto, o que ainda conhecemos do espetáculo da tragédia, foi chamado por Nietzsche de “a mais elevada arte de dizer sim à vida”.
Escrito por Cyro Del Nero
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